terça-feira, 29 de abril de 2008

Ada Rogato

O feminismo e o esporte não têm muito a ver com cachaça, mas foi num rótulo de pinga que a primeira para-quedista sulamericana, a paulista Ada Rogato, tornou-se conhecida popularmente no Brasil. Ao bater o recorde de vôo solo, em 1951, quando percorreu os 51.064 quilômetros que ligam a Terra do Fogo ao Alasca, em apenas 326 horas, foi homenageada com a cachaça a Voadora.O curioso que é nunca se soube se a esportista teve coragem para provar os 47 graus alcoólicos em sua homenagem.
Campeã brasileira de para-quedismo, tendo como marca, 105 saltos e cerca de 5000 horas de vôo. Quebrou três recordes: foi a primeira, na América do Sul, a conseguir um brevê de vôo, em 1935, a participar de uma prova de pára-quedismo noturno e a pilotar um avião Cessna por todo o continente americano.

Nascida no dia 2 de dezembro de 1920, em São Paulo, Ada Leda Rogato foi a primeira mulher a receber a Comenda Nacional de Mérito Aeronáutico, no grau de cavalheiro, a Comenda Asas da Força Aérea Brasileira e o título da FAB de Piloto em Honoris Causa. Em 1952, pilotando o seu avião Brasil, foi sozinha para La Paz, a 4.071m de altura e lá recebeu a condecoração Condor dos Andes, pois até então nenhum piloto tentara pousar naquela altitude com um avião de potência tão baixa. Pelo feito recebeu também a condecoração das Asas da Força Aérea Boliviana. Em 15 de junho de 1956, em missão oficial do governo de São Paulo, viajou para todas as capitais do Brasil, inclusive sobre a floresta amazônica, no pequeno avião sem rádio e sozinha. Durante a sua carreira, conquistou diversas medalhas, em diferentes países.

Como para-quedista, Ada Rogato foi o símbolo da ousadia. Originado nos campos da Segunda Guerra mundial, o para-quedismo é até hoje um esporte ousado, pois apesar das evoluções tecnológicas e aeronáuticas, o enfrentamento de uma altura sobre-humana continua o mesmo. Na época de Ada Rogato, quase não se realizava o para-quedismo ornamental, estes que estamos acostumados a ver nos canais de esporte. A aviadora tinha a mania de realiza-lo em feiras agrícolas no interior de São Paulo e nas Capitais da América do Sul. Saltava de aviões e helicópteros desafiando os céus e os seus companheiros homens.

Ada Rogato faleceu em 1986, e pouquíssimo se sabe de sua vida particular.Como vimos, temos algumas estrelas da aviação em nossa fraca participação do universo dos esportes, porém até hoje, é interditado às mulheres exercer a profissão de pilotos de avião comercial no Brasil.

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