terça-feira, 15 de abril de 2008

Clara Camarão e as índias Isabel

Clara Camarão

Índia brasileira nascida no início do século dezessete, possivelmente da nação dos Potiguar foi catequizada por padres jesuítas, na aldeia de Igapó. Casou-se com o chefe da tribo Poti, catequizado como Felipe e junto a ele adotou o sobrenome Camarão – tradução exata do nome Poty. Ao lado do marido combateu contra os holandeses em Pernambuco, liderando um grupo de guerreiras. "Armada de espada e broquel , montada a cavalo, foi vista nos conflitos mais arriscados (...) com admiração dos holandeses e aplausos dos nossos", diz Domingos Lorete.

Este grupo de mulheres ficou conhecido como as Heroínas de Tejecupapo, pequena aldeia da zona da mata pernambucana, que foi palco de uma das batalhas ocorridas contra a dominação holandesa. Conta a História que os holandeses se encontravam sitiados em Olinda, sem ter o que comer e obrigados a avançar para o litoral. A primeira aldeia era Tejecupapo, onde viviam no máximo duzentas pessoas. Buscando deter os estrangeiros, todos os homens da aldeia fizeram uma barricada na estrada e por serem em número muito inferior, foram totalmente liquidados. Ao chegar na aldeia, eis que os holandeses encontram um grupo organizado de mulheres guerreiras lideradas por Clara Camarão e pasmem, são por elas derrotados.

Pela primeira vez, uma mulher, e ainda por cima índia, era considerada heroína no Brasil. Por seus feitos corajosos, foi-lhe dado o direito de ser chamada de Dona e de receber o hábito de Cristo, junto com seu marido, concedido pelo rei Felipe IV.

AS ÍNDIAS ISABEL

Isabel, que segundo narram os contadores, era uma índia baiana que foi vítima da crueldade do seu Senhor, o proprietário de engenho de açúcar, Fernão de Tavares Cabral de Taide. Acusada pelo patrão e por sua senhora, Dona Margarida, de comentar os casos amorosos do casal, foi queimada viva, na frente de todos na vila, causando horror a sociedade baiana da época. O feitor ameaçava a qualquer um que intervisse de joga-lo na fornalha. Como Deus é justo, o mesmo Senhor foi denunciado à Inquisição, dentre outras coisas pela morte da escrava e teve um final trágico, o mesmo de sua vítima.

Isabel , vivia em São Paulo no século XVII e foi uma das primeiras índias alforriadas no Brasil, por isto seu nome ficou famoso. Seu Senhor, a pedido da mãe, a libertou da escravidão desde que servisse eternamente a família, grandes coisas né?

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