sábado, 26 de abril de 2008

ADELAIDE CÂMARA a musa do espiritismo no Brasil

Aura Celeste musa espiritualista do Brasil do início do século XX, assombrou o país por ter sido capaz de se bilocar, ou seja, estar presente em dois lugares ao mesmo tempo, para por à serviço de doentes e desvalidos, os seus poderes mediúnicos de cura e premonição. Encarnada com o nome de Adelaide Augusta Câmara, na cidade de Natal, em 11 de janeiro de 1874, chegou ao Rio de Janeiro em 1896, para ocupar um lugar privilegiado na religião espírita brasileira.

Começou a vida como professora no Colégio Ram Williams. Sua paixão pela educação era tanta, que além da escola organizou em sua própria residência, um curso primário, onde muitos homens ilustres do meio político e social brasileiro aprenderam com ela as primeiras letras. Dois anos após a sua chegada, começou a sentir a sua mediunidade, ou seja, a sua capacidade de se comunicar com o mundo dos desencarnados. Sob a orientação do mestre espírita Bezerra de Menezes, iniciou a sua formação como psicografa, fazendo conferências públicas e dando conselhos que a tornariam famosa.

Adelaide Câmara defendia em todas as sua obras, a idéia de que os Espíritos nos rodeiam, bem como o Ser transcendental que nos criou. Tomar contato com estas entidades, é caminhar em direção a própria libertação, através da iluminação de nossa consciência e do respeito às particularidades de cada ser habitante no mundo.
Como se realiza entre processo de aprendizado e fé? Através de sessões de materialização, onde os seres iluminados por seu poder mediúnico, recebem o seu espírito protetor e com isto, são capazes de ver a verdade que está no princípio de tudo.

Como somos seres reencarnados, devemos em cada existência física, nos dedicar a depurar o nosso espírito e as nossas práticas em relação ao outro. Progressista, esta religião crê na capacidade do homem se desenvolver sempre, principalmente a partir do momento em que morremos. Neste momento, temos conservadas as individualidades da alma, e na próxima vez que viermos ao mundo, vamos nos enfrentar com todas as ações que realizamos no passado, sejam elas boas ou ruins, de modo a estarmos sempre progredindo.

Adelaide Câmara acreditava na idéia que a morte é uma passagem do mundo das formas para o mundo das essências. Neste sentido, a paz com a nossa consciência, o perdão, o esquecimento da ofensa e o desapego material, nos ajudam a desligar do corpo físico, e a estar em harmonia com o todo.

Até 1906, propagava suas idéias no Centro Espírita Ismael, ganhando uma auréola de prestígio, nos somente dos crentes, mas da imprensa.Neste ano, casou-se e como a maioria das mulheres de sua época, afastou-se dos centros espíritas para dedicar-se ao lar e a educação dos filhos. Em casa, implementou a sua vocação literária e criou obras que foram fundamentais para a propagação do Espiritismo no Brasil, o livro “Do Além”, com 21 fascículos.

Foi neste momento que adotou o pseudônimo de AURA CELESTE, nome com que ficou conhecida no Brasil inteiro.

Com as filhas crescidas, retorna aos trabalhos mediúnicos em 1920, desta vez em uma parceria única com o renomado Dr. Joaquim Murtinho. Através de seu intermédio espiritual, o médico começou a curar enfermos desenganados e outros necessitados.
Além das mediunidades de incorporação e vidência psicográfica, muitos autores espiritistas se referem à capacidade de bilocação de Áurea Celeste. Ou seja, o seu poder de estar presente em diferentes lugares do Brasil ao mesmo tempo promovendo a cura de pacientes, através de um “desdobramento fluídico”. Este fato foi registrado em Juiz de Fora e Corumbá.

O assombro que causou em sua época, se deve também ao seu enorme talento de comunicar o Espiritismo, através da poesia e de impressionantes obras lítero-doutrinárias.

Em 1927, fundou o Asilo Espírita “João Evangelista”, destinado a meninas e mulheres carentes. No discurso de inauguração da casa, disse que – “ser mãe de órfãos, graça do céu que não trocaria por todo o ouro e todas as grandezas do mundo”. Daí por diante, dedicou, todo o seu tempo a essa obra de caridade, propagando as luzes do seu saber e de sua bondade até o dia em que serenamente entregou a alma a Deus, no dia 24 de outubro de 1944, no Rio de Janeiro.

Como o pseudônimo que escolheu para si, Áurea Celeste, a vida desta mulher foi uma escada de luz, realizada através da fé e do amor ao próximo.

Um comentário:

Douglas Henrique disse...

Simplesmente Magnifico